A Assunção Corporal de Maria: Onze passagens Bíblicas
Retirado do meu livro, “Provas Bíblicas para Verdades Católicas” [Bible Proofs for Catholic Truths] 2009.
[Nota do Tradutor: Dave Armstrong informa que retirou os versos bíblicos da versão RSV, optei, em português, pela versão Ave Maria]
Não há indicações bíblicas diretas da Assunção de Maria. Mas, como sempre ocorre com a doutrina católica, podemos extrair para ela argumentos indiretos e dedutivos a partir das coisas claras nas Escrituras, e nada há nas Escrituras que contradiga a possibilidade de isso acontecer. Houve, por exemplo, vários casos de ressurreição corporal ou de pessoas indo corporalmente para o céu registrados nas Escrituras que têm alguma semelhança com a crença católica na Assunção corporal de Maria:
Henoc andou com Deus e desapareceu, porque Deus o levou. (Gn 5,24)
Eis o que se passou no dia em que o Senhor arrebatou Elias ao céu num turbilhão: Elias e Eliseu partiram de Gálgala… Continuando o seu caminho, entretidos a conversar, eis que de repente um carro de fogo com cavalos de fogo os separou um do outro e Elias subiu ao céu num turbilhão. (2 Rs 2,1.11)
Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos justos ressuscitaram. Saindo de suas sepulturas, entraram na cidade santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas. (Mt 27,52-53)
Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado até o terceiro céu. Se foi no corpo, não sei. Se fora do corpo, também não sei; Deus o sabe. E sei que esse homem – se no corpo ou se fora do corpo, não sei; Deus o sabe – (2 Co 12,2-3)
Eis o que vos declaramos, conforme a palavra do Senhor: por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos não precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os vivos, os que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. (1 Ts 4,15-17)
Pela fé Henoc foi arrebatado, sem ter conhecido a morte: e não foi achado, porquanto Deus o arrebatou; mas a Escritura diz que, antes de ser arrebatado, ele tinha agradado a Deus. (Hb 11,5)
Muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações virão para vê-los por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados. Os habitantes da terra se alegrarão por causa deles, se felicitarão mutuamente e mandarão presentes uns aos outros, porque esses dois profetas tinham sido seu tormento. Mas, depois de três dias e meio, um sopro de vida, vindo de Deus, os penetrou. Puseram-se de pé e grande terror caiu sobre aqueles que os viam. Ouviram uma forte voz do céu que dizia: “Subi aqui!”. Subiram então para o céu em uma nuvem, enquanto os seus inimigos os olhavam. (Ap 11,9-12)
Se alguém aceita a Imaculada Conceição de Maria, a Assunção se segue justamente do fato da ausência de pecado nela. A morte e a corrupção corporal, afinal, acontecem como resultado do pecado e da queda:
Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e feras do campo; andarás de rastos sobre o teu ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida… Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar.” (Gn 3,14.19)
Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram… Pelo pecado de um só homem reinou a morte (Rm 5,12.17)
A Bendita Virgem Maria foi a “primícia” (após Jesus) do que eventualmente será a ressurreição geral:
Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição de mortos? Se não há ressurreição de mortos, nem Cristo ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. Além disso, seríamos convencidos de ser falsas testemunhas de Deus, por termos dado testemunho contra Deus, afirmando que ele ressuscitou a Cristo, ao qual não ressuscitou (se os mortos não ressuscitam). Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados. Também estão perdidos os que morreram em Cristo. Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima. Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão. Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda. Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação. Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés. (1 Co 15,12-26, cf. Mt 27,52-53)
Maria foi preservada do pecado para poder dar à luz ao Deus encarnado. Por causa disso, ela não teve que sofrer a corrupção corporal que é o destino de todos os seres humanos caídos. Que pessoa mais apropriada poderia ser a “Segunda Eva”, ser como Eva era antes da queda? Faz todo o sentido que seja Maria. A Assunção anda de mãos dadas com a ressurreição geral e a Imaculada Conceição, e esta última anda de mãos dadas com a própria Encarnação. No pensamento bíblico, todas as coisas têm uma relação umas com as outras. Assim, vemos Maria sendo grandemente exaltada e venerada no céu:
Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz. Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas. Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. (Ap 12, 1-5)
Tradutor: Jadson Targino