INTRODUÇÃO

Ao menos em tese, nunca houve uma chamada “inquisição protestante“. Uma vez que a fé protestante era disseminada nos países do velho continente, aumentava o número de divisões. Dessa forma, seria impossível existir um tribunal que julgasse heresias e mantivesse unidade jurídica.

O que vemos ao longos dos séculos é a repressão e intolerância em países cujo fundamento de fé, procurava afastar-se da ortodoxia católica.

No texto abaixo, serão colocadas as obras onde historiadores tratam sobre a questão e demonstram através de fontes que o movimento reformista iniciado por Lutero, estava muito longe de ser algo libertador.

CITAÇÕES (Livros, artigos, textos – todas informações aqui citadas estão fundamentas em fontes concretas). 

Livro: Os Cristãos – Uma história ilustrada.
Autor: Tim Dowley.
Editora: WMFmartinsfontes.

Pg 107 – Antissemitismo: Lutero também tornou-se conhecimento por  seus escritos antissemitas. No panfleto “sobre os judeus e suas mentiras” (1543), afirmou que as sinagogas deviam ser incendiadas, os livros de orações judaicas destruídos, os rabinos proibidos de pregar e ensinar, as casas dos judeus derrubadas e os “vermes envenenados e venenosos, expulsos para sempre“. As opiniões violentas de Lutero alimentaram em alguns cristãos a desconfiança do judaísmo, e sua linguagem bruta tornou-as perigosamente atraentes para os nazistas.

Pg 108 – A Guerra dos Camponeses (1524-25): Em 1524, irrompeu a guerra entre as duas facções opostas nos principados da Baviera, da Turíngia e da Suábia. Nessa Guerra dos Camponeses, muitos católicos foram assassinados por bandos de protestantes (…). Muitos camponeses miseráveis criam erroneamente que a investida de Lutero contra a Igreja e sua hierarquia o faria apoiar também uma investida contra a hierarquia social. Embora Lutero tenha estimulado os senhores de terras a atender a todas as reivindicações justas dos camponeses, logo se voltou contra estes. Num panfleto macabro, intitulado “Contra as hordas de camponeses assassinos e ladrões” (1525), condenou taxativamente o recurso deles à violência, encorajando os nobres a castigá-los de modo sangrento.

Pg 109 – Fogueira em Genebra: Calvino procurou fazer de Genebra, seu novo lar, um modelo de cidade de Deus entre os homens. Controlando tanto a Igreja quanto a educação, tentou supervisionar a moralidade, as ideias e as atividades políticas dos genebrinos. Naturalmente, encontrou oposição dos cidadãos de espírito livre. E a lógica de sua posição levou-o a executar, num ato de triste memória, o imprudente viajante espanhol Miguel Serveto por negar a trindade – embora Calvino também possa ter sido motivado pelo desejo de afirmar sua própria ortodoxia perante a Igreja universal.

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Livro: Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental.
Autor: Thomas E. Woods Jr.
Editora: Quadrante.

Pg 64 – Protestantes contra o sistema copernicano (heliocentrismo): A astronomia copernicana partilhou com a dos seus percursores gregos alguns aspectos, tais como a perfeita esfericidade dos corpos celestes, as órbitas circulares e a velocidade constante dos planetas. Mas introduziu uma diferença significativa ao situar o Sol, ao invés da Terra, no centro do sistema: no seu modelo, a Terra e os outros planetas moviam-se em torno do Sol. Apesar do feroz ataque dos protestantes, que viam no sistema copernicano uma frontal oposição à Sagrada Escritura, esse sistema não foi objeto de uma censura católica formal até que surgiu o caso Galileu.

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Livro: Igreja Cristã
Autor: Henry Chedwick e G. R. Evans
Editora: Folio, S.A.

Pg 95 – Lutero incentiva o massacre: A propaganda pictórica luterana havia retratado sempre o camponês com sua enxada como o principal defensor da  Palavra contra a mundanidade e o papado: agora, a imagem retórica adquiria uma terrível realidade, quando bandos de camponeses percorriam a Alemanha central e meridional incendiando castelos e mosteiros. Münzer se apresentou como teólogo da revolta, convocando o campesinato a instaurar o reino dos santos: “Adiante, adiante, não te detenhas, não tenhas piedade (…), golpeia“. Lutero ficou horrorizado, entre outras coisas, porque seus ensinamentos estavam servindo para incitar à revolta. Em um opúsculo muito duro, “Contra as horas de camponeses, assassinos e ladrões“, instigou os príncipes alemãs a “esmagar e matar (…)” recordando que nada pode haver mais “peçonhento e diabólico que uma rebelião“. A revolta foi esmagada em 1525, e Münzer, torturado e decapitado.

Pg 96 – Sola scriptura, mas, nem tanto: A política da reforma com respeito à leitura livre da Bíblia tornou impossível chegar a essa uniformidade (divergências em matéria de fé), e levou muitos reformadores, como seus predecessores humanistas, reconsiderarem se era sensato oferecer a Bíblia aos ignorantes para que a interpretassem segundo o Espírito. Depois da revolta dos camponeses de meados da década de 1520, Lutero chegou à conclusão de que deviam tomar-se precauções ao expor aos ignorantes textos não interpretados, e a Bíblia deixou de ser utilizada nas escolas luteranas, ficando reduzida a servir na instrução bíblica das classes superiores, e a partir do Novo Testamento latino.

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Livro: Inquisição – História de uma Instituição Controvertida
Autor: Pe. José Bernard, S. J.
Editora: Santa Cruz

Pg 16 – Reforma e perseguição: A reforma é uma história de guerras e execuções dos católicos, não só na Inglaterra, senão também na Alemanha e na França. Lutero, Melanchthon, Butzer decretaram a pena de morte para os “hereges”. Calvino mandou queimá-los e recebeu a aprovação de Lutero (Der Katholic, 20.10.1935).

Pg 16 e 17 – Reforma e intolerância: Se os reformadores procederam da mesma forma como os governos católicos, contudo negamos que os princípios acima estabelecidos justifiquem seu proceder. Eles não se viam na necessidade de defender uma ordem existente, nem de salvar a religião de inovações perigosas, ou de preservar a cultura de decadência. Para eles a perseguição da antiga religião era um meio de propagar suas próprias inovações. Desde o início eles imitaram os muçulmanos, propagando suas doutrinas pela pressão e até por fraude, com o auxílio dos reis, vendo que só por meios persuasivos não conseguiriam arrancar o povo ao seio da Igreja Católica.

Pg 32 e 33 – A agressividade dos albigenses: Depois do Concílio de Verona, o Papa mandou numerosos missionários para converter os hereges. Um após outro abandonou a ingrata tarefa. Os albigenses se recusavam a entrar em discussões e ameaçavam os legados do Papa. Por mãos dos hereges, morreu o cisterciense Castronovo. O assassínio do legado Pierre de Castelnau em 1208 desencadeou as horrorosas guerras albigenses, cujos excessos revelaram a necessidade de refrear a agressividade dos hereges por meios legais.

Pg 50 e 51 – A caça as bruxas (fenômeno protestante): A alucinação era geral, invadiu protestantes e católicos. Mas bem o nota o historiador W. Neuss que a razão consistia na decadência religiosa: “onde a ação (repressiva contra a bruxaria) continuava na competência da Inquisição, como na Itália e Espanha, não se produziram perseguições de notável importância. Só depois da cisão religiosa pela reforma, principalmente no século XVII, elas deviam – primeiro na Alemanha e propagadas dali nos demais países do Norte – celebrar suas horrendas orgias“. De um juiz de Dresden, Bento Carpzoz (1595 – 1666), referem que pronunciou 20.000 sentenças capitais (não só de bruxas) e ainda se gabava de ter lido 23 vezes toda a sagrada Bíblia. Avalia-se em mais de 100.000 o número de mulheres infelizes, na quase totalidade inocentes, queimadas em terras germânicas (Alemanha, Escandinávia).

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Livro: Idade Média: o que não nos ensinaram.
Autor: Régine Pernoud
Editora: Agir

Pg 93 – Perseguição as bruxas: De resto, os mais célebres casos de feitiçaria ocorreram na própria corte de Luís XIV. Nenhuma região da Europa foi poupada, tanto protestantes (na Inglaterra, onde as primeiras execuções ocorreram sob o reinado de Elisabete I, no século XVI; na Alemanha e até na Suécia, e na América do Norte) quanto católicas.

Pg 94 – Perseguição aos católicos: Pensemos, principalmente, nas perseguições ordenadas contra os protestantes por Luís XVI, ou em sentido inverso nas diversas formas de opressão exercidas na Irlanda pelos colonos ingleses contra os irlandeses católicos, submetidos a diversas limitações: sabe-se que, por exemplo, a entrada nas universidade lhes foi proibida até 1850.

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Livro: Dicionário de Mariologia
Autor: Variado
Editora: Paulus

Pg 733 – Intolerância anglicana: Com Henrique VIII começa o grande corte que o anglicanismo operou na devoção e no culto a Maria. Da segunda metade do século XVI resta a queixa de um autor anônimo, lamento ocasionado pela destruição do mais célebre santuário de Walsingham; a poesia exprime a amargura dos católicos que permaneceram fiéis a Roma: “Amargo, amargo é contemplar o crescimento da erva, onde as paredes de Walsingham se erguiam sólidas. Onde antes se sentava a Virgem, agora impera o pecado“.

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Livro: História da Igreja – Idade Moderna & Contemporânea
Autor: Prof. Felipe de Aquino
Editora: Cléofas

Pg 16 – Intolerância protestante: Embora confuso e hesitante no início, o movimento em breve recebeu uma estrutura teológica e uma disciplina férrea e soberba com Calvino em Genebra. No entanto, dividiu-se em mil seitas e facções, com lutas e mortes no anabatismo alemão e holandês, a Reforma confirmava o que disse Péguy: “Tudo começa em mística e acaba em política“. Tivemos neste século a estratégia hesitante do poderoso imperador católico Carlos V e as sangrentas perseguições de Eduardo VI e Isabel, na Inglaterra, contra os católicos.

Pg 33 – Mártires na Inglaterra protestante: O rei condenou à morte São Tomás Morus, chanceler do rei “catolicíssimo” (que morreu guilhotinado na frente das filhas), e John Fisher, cardeal com quase 80 anos de idade, que não abriu mão de sua submissão ao Papa (…) De 1558 a 1603 houve uma reviravolta sob Elisabeth I (Isabel I), filha do segundo casamento de Henrique VIII com Ana Bolena, que ordenou assassinar todos os Bispos Católicos na Inglaterra. Com isso, quebrou a sucessão apostólica da igreja anglicana – 1587. Maria Stuart, católica, foi executada; pretendia o trono por ser bisneta de Henrique VIII.

Pg 57 – Intolerância calvinista: (…) Deixando o pequenino ancoradouro, a nau atingiu o auto-mar sendo alcançada corsário francês, Jacques Sourie, calvinista, que partira de La Rochelle para capturar os jesuítas. Após entrar em forte luta corporal, a embarcação São Tiago foi dominada pelos calvinistas. Sourie declarou salvar a vida de todos os sobreviventes com exceção dos jesuítas; estes foram então friamente degolados, com exceção de um jesuíta cozinheiro, que foi tomado como escravo; era coadjutor  temporâneo. Porém, quarenta jesuítas foram martirizados, sendo degolado também um postulante, recrutado durante a viagem.

Pg 84 – A intolerância do reformador Lutero: De maneira semelhante o historiador protestante Edward M. Hulme, falando de Lutero, e dos seus colegas, diz: “Os reformadores vieram a considerar a intolerância uma lei de autopreservação. Lutero anatematizou todo aquela cuja crença divergisse da dele. <Aquele que não crê na minha doutrina>, disse ele uma vez, <está seguro de ser condenado>” (The Protestant Revolution and the Catholic Reformation in Continental Europe, Century, N.Y.  -1915, p 363).

Pg 92 – A intolerância do reformador LuteroLutero substituiu por sua própria autoridade a do Papa. Incitou os príncipes alemãs a usarem a força para sustentarem a sua doutrina e suprimirem a de outros reformadores (…) O historiador protestante P. Wappler, falando da perseguição aos anabatistas, disse que “Lutero aprovou a pena de morte infligida pela exclusiva razão de heresia“ (Die Stellung Kursachsens, p 125. apud Régine Pernoud, p. 45).

Pg 98 – A intolerância do reformador LuteroA resposta dos príncipes foi rápida e terminou numa catástrofe terrível para os camponeses. Lutero acabou optando pela sufocação violenta dos revoltosos. Thomas Müntzer também foi decapitado. Lutero apoiou o massacre dos príncipes e disse: “Exterminai, decapitai, que todo aquele que puder trate de agir! Vivemos em tempos tão extraordinários que um príncipe pode merecer mais facilmente o céu derramando sangue do que outros rezando” (Rops Vol. IV, p 301). Cerca de 100 mil camponeses foram mortos, como relata Erasmo (Erasmus, Epist. 803).

Pg 99 – A intolerância do reformador LuteroLonge de lamentar a matança, Lutero disse a respeito: “Eu, Martinho Lutero, matei todos os camponeses na rebelião, por haver dito que eles deviam ser mortos; todo o sangue deles está sobre a minha cabeça. Mas eu lanço sobre o Senhor Deus, que assim me mandou falar” (Tischreden, Erlangen, ed. Vol. 59, p. 284; apud A Reforma Luterana p. 48).

Lutero se colocou forçosamente ao lado dos príncipes alemães: Ele escreveu a Armsdor: “O meu sentimento é claro, mais vale a morte de todos os camponeses do que a dos príncipes! A revolta é pior que o assassinato“.

Pg 100 – A fogueira calvinistaA doutrina de Calvino exerceu forte influência na origem do capitalismo moderno, sobretudo nos Estados Unidos. Ao organizar a sua igreja, Calvino instituiu duas comissões: a “Venerável Companhia“, formada por pastores e doutores, encarregados do Magistério, e o “Consistório“, composta por pregadores e doze senadores leigos, que teriam o encargo de zelar pela disciplina. Essa última comissão visitava as casas, servia-se de denúncias e espionagem paga. Os réus gravemente culpados, caso persistissem no erro, eram entregues a um tribunal. Este proferiu, de 1514 a 1546, 58 sentenças de morte. A tortura era aplicada com frequência.

Pg 101 – O ódio dos reformadoresMelanchton, o auxiliar imediato de Lutero, queria que “a autoridade civil se armasse da espada contra os apoiadores de doutrinas novas“. Diz Thomas Müntzer: “Um homem privado de Deus, não tem o direito de viver, porque é um obstáculo às almas piedosas“.

Zwínglio disse: “Foi o Senhor que o disse: fazei perecer o perverso que está no meio de vos!“. Calvino dizia que é “lícito punir os hereges” e “que é com toda justiça que eles são executados“, após colocar Miguel Servet na fogueira de sua inquisição. Teodoro de Beza, sucessor de Calvino diz também: “Pretender que não é necessário punir o herege é como dizer que não se deve punir os assassinos de pai e mãe“. “Que é a liberdade de consciência? Um dogma diabólico” (Rops, Vol. V, p 164-165).

Pg 102 – Calvino, o ditador: Em 1555, estava consolidada a posição de Calvino como ditador religioso e, em certo grau, político da “Roma Protestante”.

Pg 103 – Calvino e a intolerância da liberdade de pensamento: (…) Servet foi condenado por ser contra a Santíssima Trindade e contra o batismo infantil. Após Calvino consultar outros reformadores, todos concordaram com sua execução. Em 24 de Outubro, Servet foi condenado à morte na fogueira.

São Fidélis, frade capuchinho, foi enviado para a região de Rezia, onde a população se tornara, em grande parte, calvinista. O êxito de sua pregação provocou a hostilidade dos calvinistas. Estes, fingindo converterem-se a fé católica, convidaram-no para pregar em Gruesch. Mal subira ao púlpito da igreja local, avistou um cartaz preso à parede com os dizeres: “Está é a sua última prédica“. Quando começou a pregar, foi disparado contra ele um tiro, porém, erraram o alvo. Frei Fidélis continuou intrépido e, ao terminar, dirigiu-se para a porta da igreja; ali foi cercado pelo bando de homens, que o trucidaram a golpes de punhal e barras de ferro, chegando a amputar-lhe a perna esquerda.

Pg 104 – A estupidez dos seguidores de Calvino: (…) As Igrejas Católicas eram saqueadas e os sagrados valores profanados. Ao ver um monge cartuxo sendo levado ao suplício, perguntou uma mulher: “Quem mal fez esse homem?” Respondeu o carrasco com furor: “É um monge, um papista“. Ao devastarem o mosteiro de Tene Rugge, os invasores encontraram um ancião que conseguiu fugir. Intimaram-no a exclamar: “Viva os calvinistas!“; tendo se recusado, foi condenado ao massacre; antes lhe tirarem a vida, amputaram-lhe as orelhas, sendo uma afixada à porta da cidade, e a outra à porta da Igreja. Alguns dias mais tarde, prenderam e assassinaram o pároco Henrique Bogaart, de Hellevouts Luís, após ter-lhe amputado mãos e pés.

Em suma, ao invadirem a cidade de Brielle, os calvinistas decapitaram ou queimaram vivos 84 sacerdotes, 19 outros morreram por ocasião da tortura. Não se pode deixar de mencionar o martírio dos católicos, do Rio Grande do Norte, por obra dos índios instigados pelos calvinistas holandeses em 1645. O primeiro grupo contendo 70 pessoas aproximadamente foi trucidado na capela da vila Cunhaú. O segundo grupo em Uruaçu.

Pg 116 – Reforma – uma história de perseguições: Neste contexto da época, a Reforma protestante foi também uma história de guerras e execuções dos católicos, não só na Inglaterra, mas também na Alemanha e na França. Lutero, Melanchthon, Butzer decretaram a pena de morte para os hereges. Como vimos, Calvino mandou queimá-los e recebeu a aprovação de Lutero (Der Katholle, apud Bernard, 1959). Os países protestantes fizeram as suas inquisições, às vezes, bem piores que a dos reinos católicos.

Padres e Bispos foram presos e decapitados, igrejas e mosteiros arrasados, milhares de católicos foram mortos. Tribunais religiosos foram criados em todo país. Santo Tomás More e Santo Tomás Becket foram martirizados pelo rei Henrique VIII, por permanecerem fiéis à Igreja Católica (Macaulay, A história da Inglaterra, Leipzig, tomo I, p. 54).

Na Inglaterra, Henrique VIII matou milhares de pessoas, e sua filha Isabel, segundo Cobebet, em suas “Cartas Sobre a Reforma na Inglaterra” fez morrer mais pessoas em um ano do que a Inquisição em toda a sua existência (Cauly, p. 392).

Pg 117 – A intolerância anglicanaOs historiadores Bihlmayer e Tuechle narram os fatos sob o reinado de Isabel I:

Os 42 artigos de Eduardo VI, reduzidos a 39, foram elevados a categoria de norma confessional (1553) da igreja nacional inglesa: a obrigação de prestar o juramento da supremacia foi estendida a todos os membros da Câmera Baixa, aos mestres e aos procuradores públicos, enfim, a todas as pessoas suspeitas de adesão à antiga religião (católica), às quais em caso de recusa repetida, era cominada até a pena de morte.

(…) Foi uma época tremendamente dolorosa para os fiéis católicos da Inglaterra, que, amaldiçoados e perseguidos como inimigos do Estado e réus de alta traição, envolvidos na hostilidade suscitada pelo contraste político entre Espanha e Inglaterra, viram-se oprimidos pela dura crueldade de uma justiça sanguinária.

O perigo ameaçava, sobretudo os sacerdotes; quem lhe dava hospitalidade era punido com a pena de morte (…). Globalmente sofreram a morte pela fé 124 sacerdotes e 61 leigos.

Quando Henrique VIII iniciou a perseguição protestante contra os católicos, existiam mais de 1.000 monges dominicanos na Irlanda, dos quais apenas dois sobreviveram à perseguição. Na época da Imperatriz protestante Isabel, cerca de 800 católicos eram assassinados por ano.

Pg 118 – A intolerância protestantesO historiador protestante Henry Hallan afirma: “A tortura e a execução dos jesuítas no reinado de Isabel Tudor foram caracterizados pela selvageria e dano físico“. Um ato do Parlamento inglês decretou, em 1652: “Cada sacerdote romano deve ser pendurado, decapitado e esquartejado, a seguir, deve ser queimado e sua cabeça exposta em um poste em local público”.

O historiador e professor da Universidade de Harvard e da Universidade de Melbourne, Dr. Geoffrey Blainey, escreve: “As primeiras décadas da reforma se assemelham aos primeiros anos do Islã: os reformadores dependiam ao mesmo tempo da espada e da palavra.

O Prof. Dr. Udson Rubens Correia, em um artigo publicado na internet – “Como se expandiu a Reforma no século XVI e XVII?“, e também (Moura, 2005), afirma: “Em nenhum país cuja maioria hoje é protestante foi convertida com a bíblia nas mãos. Foram ‘convertidos’ a fogo e ferro, graças à ambição dos reis e príncipes. Os camponeses na Irlanda pegaram em armas para defender o catolicismo. Foram trucidados impiedosamente pelos exércitos de Cromwell. Ao fim da guerra, as melhores terras irlandesas foram entregues aos ingleses protestantes e aos católicos forçados a migrar para o sul do continente. Milhares de pessoas morreram de fome no primeiro ano do forçado exílio” (www.geocities.com/apologeticacatolica/infprotest.html).

Pg 119 – Católicos perseguidos em terras protestantes(…) Quem era encontrado celebrando a Missa, era condenado à morte. Católicos recalcitrantes foram perseguidos e mortos; igrejas e mosteiros arrasados; livros católicos queimados. Tribunais religiosos (inquisições) foram criados para condenar os católicos clandestinos (Westminster Review, Tomo Liv p. 453). Sob a liderança de João Knox, líder dos calvinistas, os católicos sofreram diversos modos de violência.

Na Dinamarca, o protestantismo foi introduzido por obra e graça de Cristiano II (1481 – 1559); por sua crueldade apelidado de “Nero do Norte“, ou “Tirano“. Encarcerou Bispos, confiscou bens, expulsou religiosos e proclamou-se chefe absoluto da Igreja Evangélica Dinamarquesa. Em 1569, foram publicados 25 artigos que todos os cidadãos e estrangeiros eram obrigados a assinar aderindo à doutrina luterana. Ainda em 1789 se decretava pena de morte ao sacerdote católico que  ousasse pôr os pés em solo dinamarquês (Origem e Progresso da Reforma, p. 204, Editora Agira, 1923).

Na Suíça, o “Senado coagido pelo rei aprovou a proibição do catolicismo e proclamou o protestantismo religião oficial. As mesmas violências ocorreram. Os mártires foram inumeráveis” (J. B. Galiffe, Notices Génealogiques, tomo III. p. 403).

Em 1570, foram enviados ao Brasil para evangelizar os índios, padre Inácio de Azevedo e mais 40 jesuítas. Estavam todos a bordo da nau São Tiago, quando em alto-mar os interceptou o calvinista Jacques Sourie, que mandou degolar friamente todos os padres e irmãos e jogar os corpos aos tubarões (Sgarbossa, 1996).

Pg 120 – Mentiras e calúnias protestantesO Prof. João B. Gonzaga, em seu livro sobre a “Inquisição”, ao falar do anseio da Holanda protestante, de buscar a hegemonia do comércio marítimo, que pertencia aos países católicos, Portugal e Espanha, afirma: “Tal hegemonia despertou a cobiça dos protestantes, tendo à frente a Holanda, que ansiava por assenhorar-se do tráfico internacional. A propaganda desmoralizadora foi uma das grandes armas utilizadas valendo-se da imprensa recém-inventada (século XV), os protestantes inundaram a Europa de livros e panfletos, todos insistindo em denegrir a imagem dos Papas, da Igreja e dos católicos ibéricos. A técnica usada para atacar o catolicismo foi sempre a mesma: o leit-motiv era a figura de uma Espanha dirigida pelo clero, por isso atrasada, obscurantista e, em consequência reduzida afinal à pobreza” (Gonzaga, p. 101).

Pg 121 – Violência praticada contra católicosO massacre dos monges de Abadia de São Berbardo de Brémen no século XVI: os monges foram assassinados e pendurados no campanário por bandos protestantes. Seis monges cartuxos e o Bispo de Rochester, na Inglaterra protestante, foram enforcados em 1535. Henrique VIII mandou queimar milhares de católicos e anabatistas no século XVI.

Janssen, escritor desse período afirma: “Frankfurt, também na Alemanha, emitiu uma lei semelhante e a total suspensão do culto católico foi estendida a todos os estados alemães. Em 1530, em seus ‘Comentários ao Salmo 80’, Lutero aconselhava aos governantes que aplicassem a pena de morte a todos os hereges. No distrito de Thorgau (Suíça), um missionário zwingliano, liderando um bando de protestantes, saqueou, massacrou e destruiu o mosteiro local, inclusive a sua biblioteca e o acervo artístico-cultural”.

Pg 122 – Violência praticada contra católicosNa cidade de Zurique, protestante, foi ordenada a retirada de todas as imagens religiosas, relíquias e enfeites das Igrejas; até mesmo os órgãos das Igrejas foram eliminados. Os católicos foram proibidos de ocupar cargos públicos; a assistência à Missa era castigada com uma multa na primeira vez e com penas mais severas nas reincidências.

Em Leifein, no dia 04 de abril de 1525, 3.000 camponeses liderados por um ex-sacerdote (católico) tomaram a cidade, saquearam a Igrejas, assassinaram os católicos e realizaram sacrilégios sobre o altar, profanando os sacramentos de uma forma inenarrável. Um fato que parecia nunca ter ocorrido – se não tivesse sido tão bem documentado – foi o ‘Saque de Roma’.

Pg 149 – A Reforma atrasou a InglaterraA perseguição de Henrique VIII aos mosteiros da Inglaterra, confiscando-os, segundo o Dr. Thomas Woods, atrasou o desenvolvimento da Inglaterra por 250 anos pelo confisco dos mosteiros.

Pg 212 – A Papa intervem contra os perseguidores: Em 1566 veio à público o Catecismo Romano para os párocos. Em 1568, o novo Breviário, e em 1570, o novo Missal. Em seu esforço de conversar a pureza da fé, o Papa agiu com severidade contra os hereges. Assim, excomungou a rainha Elisabeth (Isabel), filha de Henrique VIII da Inglaterra e a declarou deposta, o que provocou uma violenta perseguição contra católicos na Inglaterra, Foi a última vez que um Papa depôs um monarca.

Pg 256 – Protestantes contra a teoria de Copérnico: Lutero, julgava que as ideias de Copérnico eram ideias de louco, que tornavam confusa a astronomia. Melanchton, companheiro e teólogo de Lutero, dizia que este sistema era fantasmagoria e significa o enlouquecimento das ciências. Johannes Kepler (1571 – 1530), astrônomo protestante, contemporâneo de Galileu, teve que deixar sua terra, Wurttemberg, por perseguição devido às suas ideias copernicanas.

Em 1659, o protestante superintendente Geral de Wittemberg, Calovius, afirmava que “a razão deve calar quando a escritura falou“; e verificava com prazer que os teólogos protestantes, até o último, rejeitavam a teoria do movimento da terra.

Em 1662, a Faculdade de Teologia protestante da Universidade de Estrasburgo afirmou que o sistema de Copérnico estava em contradição com a Sagrada Escritura. Em 1679, a Faculdade de Teologia protestante de Upsala (Suécia) condenou Nils Celsius por ter defendido o sistema de Copérnico. Ainda em 1774, o pastor luterano Kohlreiff, de Ratzeburg, pregava que “a teoria do heliocentrismo era abominável invenção do diabo“.

Pg 258 e 259 – Os protestantes também foram contra as ideias de Galileu: Daniel Rops afirma: “o processo de Galileu não se desenrolou no clima de terror inquisitorial que alguns imaginam. Nem se pode dizer que as altas autoridades eclesiásticas se tenham oposto como adversários sistemáticos ao progresso científico“. Afirma Rops: “Claro que era impossível, segundo a ótica da época, que os teólogos e exegetas não se ativessem ao sentido literal do texto sagrado, considerando como intangível nas menores minúcias. As igrejas protestantes e, por outro lado, as sinagogas, tinham exatamente a mesma atitude” (Rops, Vol. VII, p.13).

Pg 286 – Os massacres no Brasil pelos calvinistas: Como em todo o mundo, também no Brasil e na América do Sul houve muitos mártires. Um massacre de católicos mártires aconteceu no Rio Grande do Norte por obra dos índios instigados pelos protestantes calvinistas holandeses, que aqui estiveram de 1630 e 1654.

Pg 291 – Mártir na Inglaterra protestante: João Roberts (1576 – 1609) foi o primeiro monge executado na Inglaterra após o advento de Henrique VIII (…).

Pg 295 – Mortes por protestante: São João de Brébeuf, Mártir (1593-1649) – No dia 16 de março de 1649, uma tribo adversária, os iroques, ajudados pelos holandeses calvinistas, invadiu a missão. João foi amarrado num pau e tremendamente torturado, tendo inclusive suas unhas arrancadas.

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Livro: Para Entender a Inquisição
Autor: Prof. Felipe de Aquino
Editora: Cléofas

Pg 197 – A reforma é uma história de guerras: A reforma protestante se expandiu pela Europa empregando os mesmos métodos da Inquisição; o que mostra como era o modo de proceder e a cultura da época. A Reforma Protestante é também uma história de guerras e execuções de católicos, não só na Inglaterra, mas também na Alemanha e na França. Lutero, Melanchthon, Butzer decretaram a pena de morte para os “hereges“. Calvino mandou queimá-los e recebeu aprovação de Lutero (Der Katholle, apud Bernard, 1959).

Pg 198 – A intolerância da reforma: O historiador e professor da Universidade de Harvard e da Universidade de Melbourne, Dr. Geoffrey Blainey (2008) escreve:

As primeiras décadas da Reforma se assemelham aos primeiros anos do Islã: os reformadores dependiam ao mesmo tempo da espada e da palavra. A mensagem de Martinho Lutero não poderia ter conquistado um grande território em ambas as margens do Báltico sem o apoio dos príncipes e de regimentos. João Calvino teve sucesso somente porque foi apoiado pelos governantes da república Suíça de Genebra. Na França, sua doutrina, fracassando em conquistar o monarca começou a perder suas bases fortes no sul e no oeste do território“.

O Prof Dr. Udson Rubens Correa, em artigo publicado na internet, e também Moura (2005), afirma que:

Em nenhum país cuja maioria hoje é protestante foi convertida com a bíblia na mão. Foram ‘convertidos’ a fogo e ferro, graças à ambição dos reis e príncipes“.

Pg 199 – A perseguição da reforma: Na expansão da Reforma protestante, padres e bispos foram presos e decapitados, igrejas e mosteiros arrasados, católicos aos milhares foram mortos. Qualquer aproveitador era alçado ao posto de bispo ou pastor. Tribunais religiosos (inquisições) foram montados em todo país (Macaulay, Leipzig, tomo 1, p.54).

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Livro: IV – A Igreja da Renascença e da Reforma (I)
Autor: Daniel Rops
Editora: Quadrante

Pg 301 – A reforma foi intolerante e não respeitou a liberdade de culto: Padres foram chacinados. Era já uma verdadeira revolução, que revivia o espírito violento dos taboritas e dos lollards. Münzer, o papa dos anabatistas, entrou no jogo com imensa satisfação: “Para frente, para a frente, sem piedade!“, gritava ele. “Que a vossa espada não cesse de mergulhar em sangue quente“.

Qual foi a atitude de Lutero diante desse horror? Uma atitude que tem sido muito criticada, visto que usou expressões de uma severidade atroz para condenar os infelizes revoltados, e de odiosos incitamentos para exortar os príncipes ao massacre: “Liberta-vos, caros senhores, e salvai-nos! Exterminai, decapitai, que todo aquele que puder trate de agir! Vivemos em tempos tão extraordinários que um príncipe pode merecer mais facilmente o céu derramando sangue do que os outros rezando!” Aliás, Münzer não passava de um “cão danado“, e os do Bundschuh eram “sequazes do demônio“. Viu-se a fúria de um homem exasperado pelas farpas daqueles que o acusavam de ser o verdadeiro responsável por essa demência, e sobretudo, a cólera de um doutrinador cujos princípios eram desvirtuados.

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Livro: IV – A Igreja da Renascença e da Reforma (II)
Autor: Daniel Rops
Editora: Quadrante

Pg 164 – O fanatismo protestante: O fanatismo não foi monopólio de ninguém. Abundam os textos que nos mostram os protestantes dando provas da mesma intransigência cruel que os seus adversários, e reivindicando os mesmos princípios em nome dos quais acendiam as fogueiras dos seus mártires. É Lutero quem escreve: “Se tivermos poder para isso, é preciso que não toleremos no mesmo Estado doutrinas contrárias, e, para evitar maiores males, mesmo aqueles que não creem devem ser constrangidos a ir à pregação, a ouvir comentar o Decálogo e a obedecer, pelo menos exteriormente” – o que era ainda muito moderado. Mais categórico, o seu auxiliar imediato, o doce Melanchthon, que quer que “a autoridade civil se arme da espada contra os fautores de doutrinas novas“. Com isso, os dois chefes de Wittenberg aludem aos Hoffmans, aos Thomas Münzer e outros anabatistas; mas estes hereges entre os próprios hereges, por sua vez, não tinham outra opinião:

Um homem privado de Deus não tem o direito de viver, porque é um obstáculo as almas piedosas!” Quem o disse? O próprio Thomas Münzer, que não demorará a ver esse preceito literalmente aplicado contra si próprio. Sabe-se o que João de Leyde fez durante o tempo em que estabeleceu em Münster o “reino de Sião“. Outro rival de Lutero, Zwinglio, está neste ponto inteiramente de acordo com ele e prega: “Foi o Senhor que o disse: fazei perecer o perverso que está no meio de vós!” Não é preciso dizer que os escritos de Calvino se pode extrair uma rica antologia de axiomas de fanatismo: ao longo de toda a obra – Defensio fidei – que escreveu após a morte de Servet, Calvino repete como leitmotiv que é “lícito punir os hereges” e que “é com toda a justiça que são executados“. Tem que o seu sucessor, Teodoro de Beza, retomará com complacência: “Pretender que não é necessário punir os hereges é como dizer que não se devem punir os assassinos de pai e mãe“. Monótona enumeração que prosseguiríamos sem dificuldade por muitas páginas. E é no mesmo Beza que podemos encontrar a conclusão de todas essas máximas: “Que é a liberdade de consciência? Um dogma diabólico“.

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Livro: IV – A Igreja dos Tempos Clássicos (VII) – “A era dos grandes abalos” (II)
Autor: Daniel Rops
Editora: Quadrante

Pg 13 – Protestantes contra o sistema heliocêntrico: Portanto, o processo de Galileu não se desenrolou no clima de terror inquisitorial que alguns imaginam. Nem se pode dizer que as altas autoridades eclesiásticas se tenham oposto como adversários sistemáticos ao progresso científico. Se Galileu e, mais ainda, muitos dos seus partidários não tivessem dado a entender  ou mesmo dito formalmente que a nova astronomia demolia o texto bíblico, o segundo processo teria sido evitado. Mas não é menos verdade que a atitude do Santo Ofício neste caso se presta a discussão.

Claro que era impossível, segundo a óptica da época, que os teólogos e os exegetas não se ativessem ao sentido literal do texto sagrado, considerando como intangível nas menores minúcias. As Igrejas protestantes e, por outro lado, a Sinagoga tinham exatamente a mesma atitude.

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Livro: A Inquisição – Um Tribunal de Misericórdia.
Autor: Cristian Iturralde
Editora: Ecclesiae

Pg 37 – Perseguição as bruxas: Se diz que a Igreja pediu perdão pela “queima de bruxas”. Isto também é completamente falso. O certo é que o Papa jamais aludiu nem sequer de longe a este assunto, pela simples razão de que tal perseguição nunca existiu. Que houve uma grande perseguição injusta e impiedosa em algum momento da história é verdade, porém exclusivamente por parte dos protestantes. 

Pg 50 e 51 – Perseguição as bruxas: Na Espanha, um dos países onde a Inquisição trabalhou mais intensamente, das cerca de 125.000 pessoas acusadas de bruxaria, somente cerca de 59 foram executadas (compare-se este número com os reinos protestantes, onde os executados apenas por delitos de bruxaria chegam a 150.000).

Pg 88 e 87 – Perseguição aos católicos [nota de rodapé]: Thomas Walsh, Felipe II, p.269. Cita também Cabrera, historiador de origem marrana: “a maioria dos hereges deste século (XVI) foram israelistas”. Não existe dúvidas, como afirma um historiador judeu, que os primeiros chefes das seitas protestantes foram os chamados semi-judeus ou meio-judeus em todas as partes da Europa. Calvino, como cita Pastor, dizia que os que se negassem a abandonar a fé católica romana deviam ser passados à faca (Ludovico Pastor, História do Papado 1910-1941, Gustavo Gili Editor, Barcelona, tomo XV, cap. XLII). 

Pg 90 – Perseguição aos católicos: O contrário observa-se nos líderes reformistas. Provam-no de forma cabal as milhares de ameaças violentas, acusações e nomes ofensivos à Espanha e à Igreja (muitas vezes em forma de panfleto) desde as mais altas esferas protestantes e saxãs. Desde Genebra, por exemplo, Calvino escreveu ao rei da Inglaterra: “Quem não quer matar os papistas é um traidor; pois salva o lobo e deixa inermes as ovelhas“. Em outras de suas conhecidas declarações, dizia que os que se negassem a abandonar a fé católica romana, deveriam ser passados a fio de espada. O antissemitismo e ódio militante de Lutero e seus seguidores seria notável.

Pg 93 – A intolerância protestante: A inquisição espanhola nunca se interessou realmente pelas bruxas, que acreditava serem simples trapaceiras ou loucas. Os protestantes ingleses e alemães, pelo contrário, levaram-nas muito a sério: 150.000 pessoas queimadas, em sua maioria mulheres, apenas por acusações de bruxaria.

Pg 100 – A intolerância protestante: Henry Kamen, em seu exaustivo estudo sobre a tolerância nas religiões (Os Caminhos da Tolerância, 1967), relata diferentes tipos de inquisições que funcionaram ativamente nas regiões protestantes, especialmente as dirigidas por teocracias desapiedadas como as de Zurique e Genebra.

A rigor, seria uma grave injustiça para com a Inquisição Católica chamar indistintamente de inquisição a todas quantas existiram. Pois enquanto o Santo Ofício oferecia ao acusado a possibilidade de defender-se, outorgando-lhe numerosas garantias, “inquisições” como a dos reformadores – como reconheceram historiadores honestos de sua própria fé – não processavam os suspeitos, e sim condenavam-nos geralmente à fogueira sem maiores cuidados. Não é preciso pesquisar muito nos registros históricos para comprovar essa realidade. O próprio Lutero, em suas “Conversas à Mesa”, ordena sem nenhum tipo de remorso que: “Não se deve discutir com os hereges; devem ser condenados sem serem ouvidos, e enquanto perecem na fogueira, os fiéis deveriam perseguir o mal até sua fonte, lavando suas mãos nos sangues dos bispos católicos e do Papa, que é o diabo disfarçado“. O caso de Calvino, que ordenou queimar vivo a Miguel Servet, um dos homens mais cultos de seu tempo, apenas por dissidências doutrinais, dá outra clara amostra da intolerância dos “inquisidores” dessa “livre interpretação” em particular. Sabemos que Henrique VIII, por exemplo, mandava escaldar vivos os dissidentes, empregando antes todo tipo de indizíveis torturas, como por exemplo arrancar-lhes os olhos. Isto permite ao historiador judeu León Poliakov dizer que “de fato, a diversidade de opiniões surgidas com a Reforma em um primeiro momento não fez mais que substituir uma Inquisição única por um sem-fim de inquisições“.

Pg 128 – Protestantes contra os judeus: Não se pense que nas regiões protestantes os judeus tinham melhor sorte. Apenas em 1858 é que se permitiu a um judeu fazer parte da Câmara dos Comuns (o Parlamento Inglês), sendo Lionel Rothschild o primeiro. Vemos assim como, mais de vite anos após a abolição definitiva da Inquisição, na Inglaterra anglicana ainda se impedia aos judeus, e também a vários conversos, o exercício desse tipo de funções. Já mencionamos algo a respeito do tratamento que alguns líderes protestantes dispensaram aos judeus: perseguições, assassinatos, difamações, expulsão, etc. 

Pg 182 – A intolerância protestante: Se fosse necessário falar sobre intolerância, seria preciso dizer  que, por excelência, está foi protestante. As contradições entre seu discurso e a prática são notáveis. Proclamavam, por um lado, a separação total e definitiva entre Igreja e Estado; no entanto, todas as suas seitas estiveram submetidas servilmente ao poder político da vez. Homens impiedosos como Felipe Hesse, John Knox, Henrique VIII, Elizabeth I, Oliver Cromwell, e etc., responsáveis por verdadeiros extermínios sistemáticos, servirão como exemplo. Eles, os reformadores que clamavam por liberdade religiosa nos países católicos, a primeira medida que tomavam em seus territórios era a de suspensão total da Missa, obrigando todos os cidadãos a assistirem aos cultos reformados e a rebatizar seus filhos na “nova fé“, sob pena de morte. Conta o protestante Janssen que um sem-número de igrejas e clausos foram destruídos e queimados, sepulturas profanadas (inclusive de São Martinho de Tours), monges e sacerdotes torturados e mortos com requintes de crueldade. Três mil monges e freiras franceses foram assassinados em poucos meses por negarem-se a abjurar de sua fé católica. O próprio Hans Küng reconhece a falta de liberdade religiosa naquelas regiões, realçando por suas vez os “preconceitos antissemitas” dos protestantes e seus hierarcas.

Conta o acadêmico britânico Henry Kamen que Pedro Bayle, importante hierarca calvinista, diante da arbitrariedade dos huguenotes, exclamou indignado: “Deus nos livre da Inquisição protestante! Dentro de uns cinco ou seis anos, nossa vida será tão difícil que os nossos desejarão a volta da Inquisição romana“.

Outro importante historiador protestante, Hofler, afirma: “A reforma iniciou-se com um pensamento homicida (…). Lutero expressava o desejo de ver acabar logo o jogo, e os luteranos caírem sobre os malditos [católicos] não já com palavras, mas com armas.

Pg 362 – A intolerância protestante: Sir James Stephen calcula que em 300 anos houve na Inglaterra protestante 264.000 condenados à morte por diversos delitos: cerca de 800 por ano. Lutero, fundador do protestantismo, escreveu em 1525 aos nobres: “Mata quantos camponeses puderes: fere, bate e degola quem puderes. Feliz serás se morreres nisto, pois morres em obediência à Palavra Divina“. Mais de cem mil lavradores pereceram. Lutero afirmava também que os hereges deviam ser condenados sem serem ouvidos. Uma amostra da terrível e intolerante inquisição protestante. Na Alemanha foram queimadas mais de 100.000 bruxas, incluindo crianças e anciãos moribundos. Um único juiz queimou em 16 anos a 800 bruxas (uma média de 50 por ano), e na Inglaterra seriam queimadas outras 30.000. Estes números são defendidos pelo próprio Charles Lea, discípulo de Llorente, e talvez o mais reconhecido dos historiadores inimigos do tribunal. A partir de 1550, registram-se na Inglaterra 400 execuções anuais de bandidos de pouca monta. Henrique VIII enviaria à fora 72.000 pessoas durante seu reinado, enquanto Eduardo VI e Elizabeth executariam 70.000 pessoas apenas com a acusação de “vagabundos e viciosos”. 

Pg 363 – A intolerância protestante: Deve-se observar que, na Inglaterra protestante, a forca era ainda mais cruel do que a fogueira. É o que descobre o historiador americano Thomas Walsh, junto ao inglês Hilaire Belloc, o qual explica: “o condenado por delitos de traição era semi-estrangulado, para depois ser cortado, mutilado e ter seu coração arrancado ainda antes de falecer, exibindo-se depois os restos do corpo esquartejado nos lugares públicos; não era uma sorte mais invejável que a fogueira“. Isto mesmo é confirmado pelo insuspeito Thomas Hope, que observa que este castigo continuará sendo impostos ainda no século XVIII! Durante o mesmo período, a pena por alta traição na França consistia em ferver vivo ao homem. Por isso, queixava-se amargamente Joseph de Maistre: “Não podem lançar calúnias contra o Santo Ofício países nos quais, como a Inglaterra, mártires católicos foram condenados sem processo e sem as formalidades que rodeavam a atuação jurídica do Santo Ofício na Espanha” (…). A Rainha Elizabeth (protestante) causou mais mortes de católicos em um ano do que a Inquisição espanhola em toda a sua história. 

Pg 453 – Protestantes contra o sistema heliocêntrico: Que diz Lutero do sistema copernicano? “As pessoas dão ouvidos a um astrólogo improvisado, que trata de demonstrar de qualquer modo que não é o céu que gira, mas a terra. Para ostentar inteligência, basta inventar algo e dá-lo por certo. Este Copérnico, em sua loucura, quer derrubar todos os princípios da astronomia“. Melâncton dizia em 1549 que “é uma vergonha e um verdadeiro escândalo  apresentar ao público opiniões tão tresloucas“. Dickinson tinha a mesma opinião. A teologia protestante seguirá rechaçando a teoria de Copérnico ainda no século XIX. 

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Livro: Sete Mentiras Sobre a Igreja Católica
Autor: Diane Mouzar
Editora: Castela

Pg 107 – A intolerância protestante: Muitas vezes se presume que a tortura foi utilizada como punição – o que não era o caso dos tribunais católicos. Em séculos posteriores, particularmente nos países protestantes, diversas formas de tortura foram utilizadas como medidas punitivas.

Pg 115 – Quantidade maior de mortes em países protestantes: A presença desse tribunal teve o efeito desejado: ao longo do século XVI, o século da Reforma, a Inquisição Espanhola executou 182 hereges, menos de dois por ano. Em comparação, as perseguições protestantes aos católicos na Inglaterra, na Irlanda, nos Países Baixos e no restante da Europa do Norte, junto com as Guerras Religiosas na França, tiraram 10 mil vidas.

Pg 157 – A intolerância protestante: Após o breve reinado de Maria, a filha católica de Henrique, que suspendeu temporariamente a perseguição aos católicos mas foi incapaz de restaurar o país, veio a temível rainha Elisabete I. Apoiada por seu ministro “interrogador” e torturador Topcliffe, ela instituiu a perseguição em larga escala à Igreja e o confisco dos bens das famílias católicos desobedientes. Essa intensificação da violência da realeza contra tudo o que era católico teve origem nos ataques de Henrique às guildas e aos mosteiros.

Pg 164 – Os atrasos da reforma: Quanto à educação, o teólogo Eramos Roterdã, que originalmente era simpático a alguns dos objetivos “reformistas”, escreveu: “onde reina o luteranismo, há o fim das letras“. Ele referia-se ao fechamento das escolas e universidades, quando os professores perseguidos foram obrigados a fugir.

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Livro: Introdução à História Moderna e Contemporânea da Igreja Católica
Autor: Paulo Roberto Romanowski
Editora: InterSaberes

Pg 73 – Tribunal Calvinista: “De acordo com a gravidade das acusações. poderiam sentenciar alguém à multa, à prisão, à excomunhão, no caso a exclusão da ceia, e até à pena de morte. Outro ponto totalitário do organismo calvinista de cargos era a função de ‘dezeneiros’, os quais funcionavam de vigia de seus concidadãos (Delumeau, 1989). Um dos preços da ação calvinista na vida da cidade foi o controle das leituras, dos jogos, dos cantos, dos jantares feitos pelos anciões, os quais, quando viam algo não ligado à prática da virtude protestante, condenavam-no”. 

Pg 73 – Tribunal Calvinista: “Entre 1542 e 1546, 70 pessoas foram exiladas e 60 foram condenadas à morte. Curiosamente, Miguel Servet (1511-1553), que fugira da inquisição por negar os dogmas da Trindade e do pecado original, acabou queimado pelos protestantes calvinistas em Genebra. O próprio Calvino, que o chamara de ‘libertino’, utilizou o evento para provar a Viena que Genebra sabia punir um herético. Depois da execução que serviria também para remover fisicamente um perigo anárquico, Melâncton o saudou por seu ato de defesa da ordem social. (…) Calvinistas chegaram a dizer, por exemplo, pela honra de Deus se fosse necessário, que não se deveria hesitar em destruir povos e cidades inteiras (Martina, 1997)”.

Pg 78 – Horrores do fundador do Anglicanismo: “As iniciativas  de Henrique acabaram criando tensão junto a Cromwell, que seria executado em 1540. Henrique VIII continuaria com seus atos contraditórios ao terminar o casamento com Ana Bolena e executá-la por não ter lhe dado um herdeiro, bem como casar-se ainda mais quatro vezes, a cujas esposas deu o mesmo destino. Obteve um filho da terceira esposa, Eduardo IV, o qual assumiria, aos 9 anos, a Inglaterra do anglicanismo (Martina, 1995a)”. 

Pg 81 – Perseguição promovida por protestantes: “A excomunhão de Elizabeth I feita por Pio V na bula Regman in Excelsis resultara em perseguição aos católicos, pelo fato de que seus súditos católicos não precisariam mais segui-la (Martina, 1995a).

“Elizabeth I foi responsável pela criação da identidade da Inglaterra. Contudo, na questão religiosa, foi um momento em que muitos católicos leigos e clérigos foram executados e presos.  (…) O anglicanismo, então, colocaria os católicos em uma situação de muita dificuldade e opressão”.

Pg 81 – A violência protestante: “Os protestantes criaram uma confissão de fé, que, por muitas vezes, fora imposta por meio da violência, acabando em guerra contra as instituições e provocando situações que trouxeram mais transtornos espirituais a diversos grupos”. 

Pg 151 – Protestantes contra o sistema de Copérnico: “O trabalho de Copérnico sobre a revolução das órbitas fora dedicado ao Papa Paulo III. Tratava-se de texto que tinha muito de tradicional, mas se desviava por completo do pensamento clássico ptolomaico e aristotélico . Foi atacado por protestantes, que diziam que seu trabalho era uma afronta à Escritura”. 

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