Um coração inquieto que encontra o suave repouso

Desejo a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo,  para você que lê esse depoimento! Meu nome é Elton Jonatas de Oliveira, tenho 25 anos e fui batizado aos 21 anos de idade. 

Até meus 15 anos,  não pertenci a nenhuma denominação protestantes, mas fiz visitas esporádicas a algumas. Dos 15 aos 18 anos, fui membro ativo numa denominação neopentecostal, Aqui vem algo que quero destacar:  miseravelmente, o protestantismo, no geral, pode levar qualquer um ao ateísmo!  Pode parecer uma afirmação impactante, entretanto é uma realidade que noto no meio ateísta, pois este também foi o meu caso. 

Dos 18 até os 20 anos,  fui ateu militante e no final desse período,  agnóstico. Lembro-me de procurar em sites e páginas ateístas no Facebook, “contradições bíblicas”, estudar o judaísmo e o islamismo  (para ter mais argumentos contra os cristãos), e tudo isso com aquela concepção protestantes:  se somente a Bíblia contém a revelação de Deus e é o único sustento doutrinário do cristianismo,  logo nada diferencia o cristianismo de uma ficção como outras. Protestantismo e ateísmo estão mais ligados do que podem imaginar.

Ao iniciar meus estudos sobre o cristianismo, comecei por aquele que é o princípio comum em todas as denominações protestantes: a crença “somente a Bíblia”. Em suma, tal sentença diz que a bíblia é autoridade final ou suficiente para dogmas,  fé e moral. Em meus estudos, descobri que este princípio era extremamente contraditório, por dois motivos: anacronismo histórico e a não afirmação deste princípio na própria Escritura.

Até meados do século V d.C ainda existiam debates sobre quais livros deviam parte da Bíblia. Por exemplo: o “Pastor de Hermas” só foi definitivamente colocado de fora do Novo Testamento, pelo decreto do papa Gelásio (papa de 482 até 496). Portanto, o “somente a Bíblia”, não era algo que os cristãos primitivos acreditavam. Na própria bíblia notamos que existem textos que falam da tradição  (que tem tanto valor quanto a Bíblia): Cf. 2Ts 2,15 e 1Co 11,2. 

Tudo isso me levou a uma nitidez,  que a tese Sola Scriptura era falsa e perigosa! Sim, perigosa porque transforma o cristianismo na religião do livro, por isso a Bíblia se tornava um Alcorão. 

Num dia de novembro de 2015, estando confortável com o meu agnosticismo, estava tomando banho e ouvindo música,  quando sinto e percebo uma confirmação em meu coração que dizia: Deus é Real… Isso me deixou perplexo! Foi “do nada”, inexplicável!

Há algum tempo  já estava levando e avaliando mais seriamente os argumentos cristãos. De fato,  o argumento cosmológico e a historicidade de Jesus Cristo e suas consequências  me chamavam a atenção; só que isso começou a tomar mais força no âmago do meu ser.  

Passei alguns meses sendo o cristão (bem meia boca) sem frequentar nenhuma denominação. Até que meu atual padrinho de batismo,  no serviço começa a me falar sobre a vida dos santos e sobre a Eucaristia… Lembro-me que ele falava com tanta paixão,  que aquilo me chamou atenção: fui pesquisar e estudar mais (devo muito ao site “Apologistas Católicos” e a "Resposta católica” do Padre Paulo Ricardo). 

Entre o final de 2015 e início de 2016, tive a experiência de sair do ateísmo a entrar de fato na Santa Igreja Católica. Comecei a frequentar um grupo de oração da Igreja Católica, chegando lá eu era uma verdadeira “salada de frutas” de heresias: não cria  na Trindade,  acreditava que o dia de Guarda ainda era o sábado e cria na predestinação calvinista. Evidentemente,  com estudos e orações de irmãos e santos do Céu, fui crendo em tudo que ensina a Santa Madre Igreja. 

A Igreja Católica já tinha tido 25 papas antes de 27/02/272 (ano do nascimento de Constantino,  suposto "criador do catolicismo); já havia combatido heresias como arianismo (que negava a divindade de Cristo.), pelagianismo (que dispensava a graça de Deus para a santificação), coliridianismo (queria prestar culto de adoração a Virgem Maria)  e etc… Isso tudo nos primeiros séculos do cristianismo. Descobri a verdadeira face da Igreja, no estudo de sua verdadeira história, como por exemplo, o papel da Inquisição: um tribunal que possibilitava um julgamento adequado impossibilitando, assim, que pessoas fossem mortas pelos tribunais civis. Estudei ainda a vida dos santos, tais como São Francisco de Assis, Santa Teresinha do menino Jesus,  São Padre Pio e etc… Eles me fizeram ver que essa Igreja não pode ser “falsa” ou “maligna”. Pelo contrário,  era a Igreja fundada por Nosso Senhor, era a Igreja Apostólica, de São Pedro até Francisco.

Hoje sou noivo e em breve estarei recebendo o sacramento do matrimônio. Finalizo com um texto de Santo Irineu de Lyon,  escrito por volta de 180 d.C, que foi discípulo de São Policarpo (que por sua vez foi discípulo do Apóstolo São João): 

“Deve necessariamente estar de acordo com ela (Igreja de Roma), por causa da sua autoridade preeminente,  toda a igreja, isto é,  os fiéis de todos os lugares,  porque nela sempre foi conservada,  de maneira  espacial,  a tradição  que deriva  dos apóstolos.” (Contra  as heresias).

Cristo te chama!  Salve Maria Santíssima!  Viva Cristo Rei! Peço que rezem por mim, para que cada vez mais eu me assemelhe a Cristo e não me entregue ao pecado; peço não por falsa modéstia, mas porque preciso muito. 



Elton Jonatas

Elton Jonatas