“Hoje sou infinitamente mais feliz por ter sido vencida pela Verdade” - Laise Oliveira
Agradeço ao filósofo Fábio Salgado de Carvalho, que tem sido um farol na vida de tantas pessoas, fazendo-nos enxergar o Bom, o Belo e o Verdadeiro. Sem você essa jornada teria sido muito mais longa e difícil. Deus o abençoe muito. Que os frutos sejam abundantes, que Ele o torne um Santo.
Agradeço também ao meu namorado, que permaneceu firme na sua fé e que, por causa do seu amor e da sua obediência a Deus, atraiu-me para a busca por conhecer a Santa Igreja Católica. Que possamos seguir juntos em direção ao Céu.
Meu nome é Laíse Oliveira da Silva, nasci em Salvador/BA, no dia 16 de fevereiro de 1987. Resolvi escrever este relato breve após receber várias mensagens de colegas, de amigos e de familiares questionando o motivo de ter deixado de ser protestante. Confesso que relutei bastante. Porém, fui vencida pela lembrança da seguinte passagem bíblica de 1 Pedro 3,15: “[…] estais sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei com suavidade e respeito”. Diante disso, tive de baixar a cabeça e obedecer.
Vamos então lembrar o dia 26 de julho de 1998. Foi nessa data que “aceitei a Jesus”, como é dito pelos protestantes. Era uma semana de festa de aniversário da Igreja Batista do Salvador, no bairro do Pero Vaz. Fui convidada por uma amiga que também era minha vizinha, e estudávamos na mesma escola. Lembro que eu e essa amiga, quando víamos os testemunhas de Jeová batendo nas portas das casas para entregar suas revistas, falávamos que nunca seríamos crentes, mas só depois soube que eles eram considerados como sendo uma seita pela maioria das denominações protestantes.
Voltando à minha conversão ao protestantismo… Tinha apenas 11 anos de idade quando levantei meus braços, diante do forte apelo do pastor, e vi-me, lá na frente do púlpito, dizendo que aceitava o Jesus dos crentes, que outrora eu dizia, na minha inocência, que nunca aceitaria. Ao voltar para casa, estava empolgada e muito contente com essa decisão. Cheguei saltitante e disse: Mainha, agora eu sou crente! Ela respondeu: “Como assim, menina? Você foi batizada na Igreja Católica, um dia desses, e agora quer ser crente?”. Insisti que sim! Era aquilo que eu queria.
Passado algum tempo, ela ainda continuava incomodada com isso. Apesar de nunca ter sido católica de verdade, como hoje entendo, ela não queria que a filha dela entrasse para a “lei dos crentes”, como ela falava. Mainha nasceu no interior da Bahia. Seus pais e a maioria das pessoas que ela conhecia eram católicos. Painho acreditava em Deus, mas não tinha uma religião específica. Eu, como vocês sabem, sou filha única de mainha.
Um ano depois da minha conversão ao protestantismo, fui “rebatizada” na igreja batista. Não consideraram válido o meu batismo na Igreja Católica, que foi no dia 17 de novembro de 1996, dia de Santa Isabel da Hungria, quando eu tinha 9 anos de idade. É como se dissessem: não vale nada o seu batismo naquela igreja falsa. Mas ok. Naquela época eu não entendia nada. Acreditava que aquele batismo da batista, sim, era o verdadeiro, que aquela era a fé verdadeira. E agora eu tinha o Jesus da Bíblia. Foi a partir dessa conversão que comecei a desprezar o Catolicismo e a querer converter os católicos da sua idolatria. Se eles não se convertessem e deixassem a Igreja Católica, iriam para o Inferno. Assim era dito no meio em que cresci.
Fui da igreja batista dos 11 aos 26 anos. Nessa idade mudei-me para Brasília, em 06/01/2013, após passar num concurso público. Fiquei peregrinando, de igreja em igreja, por uns meses. Visitei uma igreja batista, fui algumas vezes à Sara Nossa Terra, até que recebi o convite de uma amiga, que, na época, era a minha chefe, para conhecer a presbiteriana, na qual o marido dela era o pastor auxiliar. Lá eu fui gentilmente acolhida. Logo participei de um retiro dos jovens, entrei para o coral, comecei a participar das reuniões da Sociedade Auxiliadora Feminina (SAF) e entrei para a classe dos novos catecúmenos para aprender a doutrina calvinista. Vi-me angustiada, em muitos momentos, pois era tudo muito diferente do que eu havia aprendido em anos na batista. Fazia várias perguntas ao pastor, que é marido dessa minha amiga.
Nessa época, ia de carona com eles para a igreja; então, aproveitava o trajeto. Ele, muito inteligente, citava vários versículos da Bíblia e alguns reformadores, como Calvino, Lutero, Jonh Knox etc., e indicava-me algumas leituras. Pouco a pouco, fui aceitando aquilo. Não digo que tudo que escutei e tudo que eu li são mentiras. Mas há inverdades sim. Eles não aceitam, por exemplo, que possamos ser realmente Santos, que possamos ter uma transformação interior que nos iguale a Cristo, justificando isso com a teoria da depravação total, contrariando o próprio Jesus, que disse em São Mateus 5.48: “portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”. Mas, por outro lado, acreditam que Deus escolheu alguns para serem salvos e que, uma vez salvo, salvo para sempre. Ou seja, o camarada pode fazer e acontecer que ele não vai perder a salvação. Onde está a justiça de Deus? Ou onde fica o livre arbítrio?
Mas, voltemos… Sempre fui muito fervorosa na minha fé em Deus, assídua nos cultos, participei de corais, de grupos de teatro e de coreografia, de evangelismo nas ruas. Fazia questão de dizer para todos que era crente. Às vezes nem precisava dizer. Algumas pessoas já chegavam perguntando. Na minha época de ensino médio, eu tinha um método de evangelização que era o de escrever versículos bíblicos no quadro negro, todos os dias, antes do início das aulas. O dia em que eu, por algum imprevisto, chegava tarde, os colegas que não eram protestantes pediam-me para escrever. Os professores, a maioria, respeitavam-me. Um ou outro que apagava quando chegava à sala. Sempre tive orgulho de carregar minha Bíblia, de falar de Jesus.
Durante o meu tempo no protestantismo, fui muito abençoada por Deus. Não estou aqui para falar mal dos protestantes. Amo os meus irmãos e quero vê-los salvos. Sei que muitos falam mal da Igreja Católica por desconhecerem a verdade e por conhecerem um monte de espantalhos inventados ao longo de 5 séculos. O falecido arcebispo Fulton Sheen escreveu certa vez: “Talvez não haja, nos Estados Unidos, uma centena de pessoas que odeiam a Igreja Católica, mas há milhões de pessoas que odeiam aquilo que erroneamente supõem ser a Igreja Católica”. Eu sou prova viva disso.
Por isso mesmo que estou aqui escrevendo para confessar que eu tinha um total desprezo pela Igreja Católica, pelos Santos, pelo terço, pelo crucifixo, pelas procissões e até pela veneração que prestavam a Virgem Santíssima Maria (pois era dito que ela foi somente um simples instrumento usado por Deus). Diziam que não se deve zombar dela, mas não adorar Maria como os católicos faziam. Santa ignorância! Muitos nunca leram o Catecismo da Igreja Católica.
Qualquer um que ler vai saber a diferença entre adoração e veneração. A “adoração” (“latria”) é um culto distinto e reservado exclusivamente para Deus, enquanto a “veneração” (“dulia”) é a honra e o respeito prestados aos Santos. E como bem diz o padre Lombaerde, em seu livro Erros e objeções protestantes: “Acima de todos os santos, elevada pela sua dignidade de Mãe de Deus, está a Virgem Santíssima, verdadeira medianeira entre Jesus e os homens, pois o seu Filho é Deus; porém, medianeira secundária, não absolutamente necessária, porém, sumamente útil para nós, homens”.
Continuemos… Como foi esse meu processo? Como eu descobri a verdadeira Igreja de Cristo?
Em agosto de 2018, conheci meu namorado. No primeiro encontro, ele me falou que foi da igreja batista, mas que, há quase 2 anos, tinha se convertido ao Catolicismo. Eu quase que pulei fora. Pensei: tá louco! Misericórdia! Como pode isso acontecer? Nunca tinha escutado tal coisa! Achei que só podia ter sido um batista nominal. Continuamos conversando sobre outras coisas, mas aquela informação intrigou-me. Como protestante que era, vi-me no dever de desfazer aquela falsa conversão.
Nos nossos seguidos encontros, me via diante de um cara que mostrava que amava a Deus, que estava realmente feliz e convicto da sua decisão. Ele começou a falar-me da sua irmã mais nova, que também tinha se convertido antes dele. Após algum tempo, falou também de um amigo da sua irmã, um filósofo, ex-batista, que havia também se convertido ao Catolicismo, após quase três décadas no protestantismo.
Citou alguns exemplos próximos dele de verdadeiros exemplos de católicos. Isso eu jamais tive. Nunca conheci, em minha época de protestante, um católico sequer que fosse exemplo de cristão para mim. Pra mim, católico não tinha nada de cristão. Achava que eles podiam beber até cair, fazer sexo fora do casamento, ir pra baladas, usar roupas indecentes etc. Digo isso hoje com muita vergonha e lamento. Quisera eu ter encontrado verdadeiros católicos! Aqui cabe a fala do Papa Francisco: “…não diga que é católico se não dá testemunho. Em vez disso, você pode dizer: sou de educação católica, mas sou morno, sou mundano, peço desculpa, não me olhem como exemplo. Isso é o que se deve dizer…”.
Mas não estava satisfeita com o testemunho do meu namorado. Não queria aceitar isso. Pra mim ele estava cego e enganado, e eu tinha de fazê-lo enxergar a Babilônia que era a Igreja Católica. Com esse orgulho e com essa soberba, tínhamos várias discussões. Ele ficava triste por eu não entender a verdade da Igreja e chegou ao ponto de dizer que não iria dar certo continuar namorando uma pessoa que não compartilhasse da mesma fé da Igreja. Nisso eu concordava. Nunca pensei em constituir uma família com alguém que estivesse em desacordo com a parte principal da minha vida. Por vezes chorávamos. Não queríamos terminar o namoro. Tínhamos tantas afinidades.
Decidi ir à missa, pela primeira vez, com meu namorado, no dia 01/01/2019 (dia da solenidade da Santa Maria Mãe de Deus). Senti-me um pouco estranha. E confesso que fui mais para agradá-lo. Aquilo tudo ainda me causava certa desconfiança, apesar de já ter escutado alguns vídeos, lido alguns testemunhos de ex-protestantes. Prestei bastante atenção na homilia do padre para encontrar alguma heresia, e, por incrível que me pareceu, era tudo bíblico. A Palavra de Deus foi pregada naquele lugar.
Depois desse dia, aceitei ler o livro “Todos os caminhos levam a Roma”, do Scott Hahn, um pastor presbiteriano que relata a sua história de conversão e da sua esposa ao Catolicismo. Fiquei bastante impressionada e emocionada com o que li. Nunca tinha sabido da conversão de um pastor ao Catolicismo, nem sequer de um só membro de uma igreja evangélica (antes do meu namorado). Pra mim era algo inconcebível.
Mas, apesar da belíssima e emocionante história, ainda não estava convencida. Pra mim alguma coisa não estava certa. Essas pessoas estavam equivocadas. Não é possível que, dos 11 até aos 31 anos, eu estava sendo enganada (digo “dos 11 aos 31 anos” porque, apesar de ter me afastado dos ensinamentos de Cristo por quase 4 anos, a minha fé continuava sendo protestante). Baixei a guarda, mais uma vez, e aceitei ver vídeos do Padre Paulo Ricardo. Comecei o seu curso sobre “História da Igreja”; “Por que não sou protestante?” e o “Terapia das doenças espirituais”. Passei a ver “As respostas católicas”, do mesmo Padre, no site dele e no Youtube. Comprei o Catecismo da Igreja Católica (nem sabia que existia um). As coisas foram, pouco a pouco, fazendo sentido.
Lembro-me de um vídeo do Padre Paulo que me deu uma sacudida na mente. Ele diz: “Se você acredita na Bíblia, e não acredita na Igreja, então, você não acredita na Bíblia, porque a Igreja veio antes da Bíblia”. Em outro vídeo, ele questiona: “Por que a igreja protestante acredita na autoridade da Igreja Católica em escolher os 27 livros do Novo Testamento, e não acredita na escolha dos 46 do Antigo?”.
Em fevereiro de 2019, comecei a frequentar as aulas da catequese de preparação para Crisma, sem compromisso, apenas como ouvinte, para sanar minhas dúvidas. Com o passar dos meses, as minhas dúvidas persistiam. Em verdade, eu já não podia negar as incoerências que existiam naquilo que eu acreditei por tantos anos, mas eu precisava de algumas respostas. Lembrei-me do filósofo que meu namorado tinha comentado no início do nosso namoro. Em poucos dias criei coragem e mandei uma mensagem para ele pelo Instagram. Lembro como se fosse hoje. No dia 6/11/2019, lá eu estava no direct com infinitas perguntas.
Como eu disse no início, e vocês sabem, eu sou de Salvador. Desde a infância, via a lavagem do Bonfim de um lado, e do outro, o banho de pipoca dos chamados “pais e mães de santo” do candomblé. Então, eu pensava nessas coisas. Como que a Igreja Católica deixa isso acontecer se ela não é de acordo com isso? Como que os católicos dizem que vão servir a Deus se se entregam para uma religião contrária a sua fé? Por que imagens se Deus condena idolatria? Por que rezar para os Santos se eles já morreram? E os dogmas de Maria? E o purgatório? Essas e outras perguntas foram-lhe feitas e gentilmente respondidas pelo filósofo católico mais de Deus e mais inteligente que já conheci.
Antes dele, achava que todos eram ateus e que eu não devia dar ouvidos a eles. Só sei que, para cada pergunta que eu fazia, ele tinha uma aula em áudio e pelo menos umas dezenas de textos e indicações de livros. Como estava sedenta por respostas, eu lia tudo e escutava tudo o que ele me mandava. Pouco a pouco, me sentia como um cego que, há muitos anos, fora privado de contemplar as belezas, a Verdade, e agora os meus olhos finalmente enxergavam. Louvado seja Deus! Era assim que eu me sentia.
A cada nova descoberta, eu me emocionava e pensava: quão perdida eu estava. Quão ignorante eu era. Eu nunca havia me perguntado: De onde veio a Bíblia que tanto amava? Por que existiam milhares de denominações protestantes? Por que uma interpretava a Bíblia de uma forma, outra, de outra? Por que não existia unidade, já que eles dizem ser guiados pelo Espírito Santo? Por que tratavam com tanta indiferença aquela que Deus escolheu, antes da fundação do mundo, para abrigar, amamentar e educar o Salvador do mundo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem? Ela não poderia ser uma mulher qualquer. E ela mesmo disse em São Lucas 1.48: “[…] Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações”.
Do nada, algumas lembranças foram surgindo na minha mente. Lembrei-me de uma musiquinha que cantava, no jardim de infância, quando havia a coroação da Virgem Maria: “Mãezinha do Céu, eu não sei rezar, eu só sei dizer que eu quero te amar. Azul é seu manto, branco é seu véu, mãezinha, eu quero te ver lá no Céu […]”. As lembranças do dia da minha primeira comunhão, das missas que participei em minha comunidade em Salvador, da minha primeira confissão e comunhão. Todas essas lembranças haviam sido condenadas e colocadas num porão da minha mente por serem de uma “época maldita”.
Não foi nada fácil ver que eu estava rompendo com algo que eu vivi durante 22 anos. Rezava, chorava, questionava a Deus. Pedia ao Senhor que me mostrasse a Verdade, que me guiasse e que me convencesse. Resistia muito ao longo do processo. Acho que isso se deve também ao meu temperamento fleumático, que adia muito as coisas.
Mas, pensando bem, vejo que o que pesou muito foram as minhas lembranças de cunho emocional: Todas aquelas experiências espirituais, os momentos de louvores que me arrancavam lágrimas, aquele apelo emocional que existe em todos os cultos. Nas vertentes pentecostais e neopentecostais, se você não chora, não sente arrepios, é porque você está longe de Deus, isso quando não é dito que você está em pecado. Sempre fui muito emotiva, confesso.
Lembro que algo que me marcou, numa das falas do filósofo converso, foi quando ele me disse: “Cuidado com o sentimentalismo. Protestantes dependem muito da forma do culto, atrelando-o a emoções. Como não há a obrigatoriedade de ir aos cultos — um católico comete pecado mortal se deixar de ir às missas nos dias de preceito — e como não há nada substancial nos cultos, como a presença real de Jesus Cristo, torna-se crucial que haja atrativos no culto para que a pessoa vá nele”. E encontrei essa citação em seu facebook: “A fé pressupõe a razão e a aperfeiçoa, e a razão, iluminada pela fé, encontra a força para se elevar até o conhecimento de Deus e das realidades espirituais”. (Bento XVI).
A cada dia que se passava, a cada missa que ia, mais me sentia pertencente àquele Corpo. Passava vários minutos olhando aquelas imagens dos Santos, que outrora dizia serem demônios, pois Santo só Deus, além de ter crescido num lugar em que se pegam os Santos e associam-nos a orixás. Ficava encantada ao olhar e já saber a história de vários deles. E a cruz com Jesus cravado lá? Crucifixo esse ignorado e rejeitado pelos meus irmãos protestantes, que diziam: “Meu Jesus não está pendurado num madeiro!”. Pois bem! Ele não está mais. Mas hoje, quando eu olho para o crucifixo que tenho em cima da minha cabeceira de cama, eu lembro que o meu Salvador sofreu por mim numa cruz para salvar-me. Não consigo conter as lágrimas que por vezes rolam em meus olhos. Assim como também quando olho a figura da Virgem Santíssima e alegro-me por ter uma Mãe no Céu que intercede por mim. Já não sou mais órfã de Mãe. Tenho um Pai no Céu, e também uma Mãe. Que grande alegria!
Na Igreja Católica, vejo o que São Paulo falou: UM só Senhor, UMA só fé e UM só batismo (Ef. 4,5). “No protestantismo, não há um só rebanho, nem um só Pastor. Há os rebanhos metodistas, batistas, presbiterianos, luteranos etc. Cada um dizendo ter a verdade, e combatendo-se uns aos outros. A fé é dividida, o batismo é multiforme, os sentimentos são diversos” [Padre Lombaerde]. Cada um com o seu livre exame das Escrituras interpreta, à sua maneira, a Bíblia e sai abrindo igrejas. Os membros, quando insatisfeitos com o tom de voz ou com a cor da gravata do seu pastor, vão para outra igreja que agrade mais aos seus olhos eouvidos.
Na Igreja fundada por Cristo há 2000 mil anos, temos um só pastor (o Papa) e os Bispos espalhados no mundo inteiro. São Mateus 16,,18-19: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”.
Sim, eu fui convencida totalmente de que Jesus deixou na terra uma Igreja visível, que perdura mesmo depois de tantos cismas e heresias promovidos por seus inimigos. Uma Igreja que se perpetua há dois milênios e que permanecerá até a eternidade.
Em maio de 2020, seria a minha Crisma (Confirmação) nessa fé, mas, por ocasião da pandemia do Covid-19, foi adiada. Aguardo ansiosamente por essa graça sacramental.
No último dia 24 de junho de 2020, dia em que a Igreja comemora a natividade de São João Batista — aquele que disse: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado mundo” —, eu pude experimentar o que há meses eu almejava: o Sacramento da Confissão e receber Jesus na Santa Eucaristia. Sim, agora eu me confesso para um sacerdote a quem Deus outorgou o poder para perdoar pecados, como Ele diz em João 20,,23.
Diante de Jesus, na presença daquele sacerdote que Ele instituiu, confessei todos os pecados que cometi desde o meu batismo, quando eu tinha 9 anos de idade. Nas palavras do Padre, o Senhor recebeu-me em Seus braços amorosos como aquele pai da Parábola do Filho Pródigo. Recebi não somente a absolvição dos meus pecados, mas a graça que me capacita a dar saltos em direção à vida que Ele quer para mim. Uma vida reta e santa. Por meio da confissão, a paz e a alegria da amizade com Deus são restauradas. Sei que não estou livre de pecar, mas tenho um Salvador que, por suma bondade, deixou os Sacramentos para que eu pudesse recorrer a eles sempre que precisar. Após sair do confessionário, participei do Banquete do Cordeiro, que é a Santa Missa, e pude receber o corpo de Cristo. Em lágrimas, recebi-O, como em São João 6.54-56, e agradeci pelo privilégio de estar em Sua Igreja.
Sou uma pecadora miserável e preciso da graça de Deus todos os dias, mas hoje sou infinitamente mais feliz por ter sido vencida pela Verdade. Tenho um Pai, uma Mãe. Tenho também os Santos, que estão em perfeita comunhão com Deus no Céu, e posso pedir a eles que intercedam por mim para que siga seus exemplos de amor e de entrega total ao Senhor.
Não espero que aceitem minha decisão. Estou certa das palavras de Jesus em São Lucas 14,26. Apenas rezo para que muitos, assim como eu, possam voltar para a Santa e Una Igreja Católica, e para que aqueles que se declaram católicos busquem conhecer a história da Igreja, a sua Doutrina, a vida dos Santos, a fim de que vivam realmente a sua fé, sendo luz neste mundo. Seguir a Jesus é renunciar aos prazeres deste mundo e carregar a cruz dia após dia.
Para finalizar declaro a fé dos Apóstolos:
Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra;
E em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor,
Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem;
Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;
Desceu ao reino dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia;
Subiu ao Céu, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
De onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
Na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos,
Na remissão dos pecados,
Na ressurreição da carne,
Na vida eterna.
Amém.